Italiano condenado a prisão perpétua por chefiar máfia é preso no Recife pela Interpol e PF


O italiano Pasquale Scotti, de 56 anos, condenado à prisão perpétua por ligação com a máfia, foi preso no Recife nesta terça-feira (26), mais de vinte anos depois de ser condenado pela Justiça de seu país. A ação foi realizada, em conjunto, pela Polícia Federal (PF) e Interpol. Scotti prestou depoimento por cerca de quatro horas, na sede da PF, de onde foi levado para o Instituto Médico Legal, para realização do exame de corpo de delito. Depois, ele voltou para a superintendência da Polícia Federal, onde está à disposição da Justiça. As autoridades italianas darão início ao processo de extradição.

 
Segundo a PF, Scotti é chefe da máfia e estava foragido desde 1984 — inicialmente, a Polícia Federal informou que ele era considerado foragido desde 1986. O mafioso italiano foi condenado em 2005 à prisão perpétua pela morte de 26 pessoas, mas estava desaparecido desde dezembro de 1984, quando fugiu da cadeia após ser detido por ligação com a máfia. Ele tem ainda condenações em 1991 por porte ilegal de arma de fogo, resistência, extorsão e vários homicídios, cometidos entre 1980 e 1983. O pedido de prisão foi feito pelos delegados federais da Interpol e autorizado pelo Supremo Tribunal Federal em menos de 24h.
Scotti tem dois filhos com uma brasileira — dois meninos — e foi preso quando os levava à escola. Ele se apresentava como Francisco de Castro Visconti, se dizia empresário, dono de uma empresa de importação de alimentos e entretenimento e sócio de uma boate. Ele morava há 28 anos no bairro do Sancho, Zona Oeste do Recife.

Ainda de acordo com a Polícia Federal, o italiano usava identidade falsa, tinha CPF e até título de eleitor ilegais. A identificação dele foi possível pela comparação de impressões digitais, mas os detalhes sobre a família não serão divulgados. À PF, ele disse que a família brasileira não sabia de sua identidade real e que resolveu fugir da Itália para não ser morto.

“Era um dos líderes da Camorra, uma das máfias italianas e foi condenado à prisão perpétua por mais de 20 homicídios na Itália em razão da organização criminosa. Nós vamos continuar a investigação para saber quem que deu suporte, quem deu esse apoio logístico durante anos todos a ele para, eventualmente, identificar as pessoas e desarticular esse grupo”, afirmou o superintendente da Polícia Federal em Pernambuco, Marcelo Diniz Cordeiro.

Fonte: Pernambuco Conectado