Os prefeitos dos municípios de Orocó e Jatobá, no Sertão, e de Machados, no Agreste, deverão ser expulsos do PT por terem apoiado o governador eleito Paulo Câmara (PSB) nas eleições deste ano. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (17) pela presidente da legenda no estado, Teresa Leitão, antes de uma reunião da executiva estadual do partido, que iniciará nesta terça-feira (18) processos disciplinares contra aproximadamente 100 filiados por infidelidade partidária durante a campanha.
Os prefeitos citados são Reginaldo Crateú Cavalcante (Orocó), Róbson Barbosa (Jatobá) e Argemiro Pimentel (Machados). Todos decidiram contrariar a determinação do partido e não apoiaram a coligação formada por Armando Monteiro (PTB) e João Paulo (PT). “Pelo regimento do partido, o caso deles é de expulsão. Agora, todos terão direito de se defender”, explicou a presidente
Segundo a dirigente petista, entre os demais filiados passíveis de punição estão outros prefeitos e vereadores, mas os casos serão examinados individualmente. “Há casos de alguns que apoiaram apenas deputados do outro lado. Tudo será analisado. Os citados terão dez dias para apresentar defesa e o processo pode durar, no máximo, 90 dias”, acrescentou. A reportagem tentou contato com os prefeitos, mas não conseguiu localizá-los.
Em abril deste ano, o prefeito de Abreu e Lima, Pastor Marcos José da Silva (PT) pediu desfiliação do partido após o PT abrir processo disciplinar pelo mesmo motivo: apoio às candidaturas socialistas.
DESFILIAÇÃO
Também ontem, um grupo formado por 22 filiados se antecipou ao processo e pediu desfiliação do PT. Entre eles, o membro da executiva nacional do partido, Gilson Guimarães, há 34 anos na legenda.
Segundo Gilson Guimarães, a decisão estava tomada desde a última sexta-feira (14). Na manhã desta segunda (17), os filiados se dirigiram à sede estadual do partido e comunicaram a decisão. Entre os que resolveram abandonar o PT estão quatro presidentes municipais, dois dirigentes estaduais, diversos dirigentes municipais, além de uma representante da comissão de ética do Partido dos Trabalhadores.
Guimarães afirmou que o grupo decidiu se antecipar devido à demora que todo o processo iria originar ao passar pelas diversas instâncias. “Entendemos que em Pernambuco já não existe perspectiva e estímulo em ficar no PT. Hoje o partido é um clube que está à mercê do senador Humberto Costa, da deputada Teresa Leitão e do ex-prefeito João Paulo. Resolvemos sair porque já não nos identificamos com a ideologia partidária”, disparou.
O dirigente petista acrescentou que, apesar de seu grupo ter apoiado o governador eleito Paulo Câmara (PSB) nas últimas eleições, não há, a princípio, nenhuma aproximação com os socialistas. “Ninguém desse grupo tem projetos eleitorais. Somos da base do partido, nossa bandeira é a da luta social. Temos história no PT, diferentemente de Bruno (Ribeiro, vice-presidente estadual do partido) e Teresa (Leitão, presidente), que são neopetistas e embarcaram na onda após o sucesso de Lula.
Dos nomes levantados por uma comissão estadual, 83 já vão receber diretamente o indicativo de expulsão. O partido tomou a decisão após analisar as condutas dos envolvidos nas últimas eleições e discutir, também, o papel que o PT do Nordeste precisa ter na segunda gestão da presidente Dilma Rousseff (PT).
Do Diario de Pe