Futuro papa terá de 'purificar' Igreja Católica antes de adotar agenda positiva




O próximo papa, seja quem for, terá de dar conta do passivo de problemas que motivaram a renúncia de Bento 16, como a corrupção, disputas de poder e escândalos sexuais, antes de adotar uma agenda positiva para a Igreja. Segundo especialistas e integrantes do clero ouvidos pelo iG, há a necessidade de a Igreja passar por um processo de purificação com a chegada do novo pontífice.

A igreja é santa e pecadora. Em todo tempo, portanto, ela é desafiada a se purificar, a se converter para responder ao mandato de Cristo. Aquele que assume o ministério petrino, em qualquer época, terá desafios e problemas a serem encaminhados”, disse o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner, bispo de São Félix (MT).

o padre Pablo Blanco Sarto, professor do Departamento de Teologia Sistemática da Universidade de Navarra, na Espanha, o fato de os escândalos terem ficado ainda mais em evidência com a renúncia de Bento 16 pode ser o início desse processo de purificação.

Os problemas sempre acompanharam a Igreja. Esses escândalos estão levando à sua purificação. Isso é positivo e necessário. Uma vez que se eliminem essas barreiras e focos de corrupção, a Igreja tem de olhar o mundo inteiro e continuar sua missão”, afirmou. “Depois da purificação, vem a evangelização”, completou.
Para o coordenador do coordenador do Núcleo Fé e Cultura da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Francisco Borba, a renúncia de Bento 16 coloca os escândalos na ordem do dia para seu sucessor, mas também aponta para uma solução, facilitando o trabalho do futuro papa.
“Quando renunciou, Bento 16 jogou luzes em uma série de problemas que estavam na sombra. Isso dá uma liberdade de ação que talvez ele próprio não tivesse”, disse Borba. “Assim, ele não deixa o sucessor com o abacaxi na mão”, acrescentou.

Fonte:  http://ultimosegundo.ig.com.br/