Nordestinos paulistanos conta a história de Maria Bonita

 

Maria Gomes de Oliveira, companheira de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, foi a primeira mulher a participar de um grupo de cangaceiros.

Maria Bonita nasceu e cresceu no povoado Malhada da Caiçara, no município Paulo Afonso, Bahia.
Teve um casamento fracassado, no qual não teve filhos. Além do mais, o marido era estéril e a diferença de temperamento gerou conflitos que levaram o casal a se separar.

Porém, no fim de 1929, Maria Bonita conheceu o temível Rei do Cangaço no sertão, Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, aos 32 anos. Ela tinha apenas 18.

O chefe de bando era vingativo, cruel e destemido, mas também tinha lá seus momentos de herói romântico. Dos saques das fazendas dos latifundiários do sertão, furtava perfumes franceses e o melhor uísque escocês. Ao relento nos acampamentos, entre as fugas para escapar da perseguição policial, puxava um fole de oito baixos e a ele foi atribuída a autoria de um dos maiores sucessos do cancioneiro sertanejo e nacional, "Muié Rendeira", de cuja autoria se apropriaria, no Rio, o malandro Zé do Norte.

Morando na chácara dos pais, após um ano de namoro, foi chamada por Lampião para fazer efetivamente parte do bando de cangaceiros, assim se tornando a mulher dele, com quem viveria por oito anos.
Supõem-se que Maria Bonita engravidou quatro vezes e que em duas delas perdeu os filhos. Comprovadamente ela teve uma filha com Lampião de nome Expedita Ferreira Nunes, a única reconhecida legalmente, que foi criada por um casal de amigos vaqueiros. 

Maria Bonita morreu em 28 de julho de 1938, quando o bando acampado na Grota de Angicos, em Poço Redondo (Sergipe),foi atacado de surpresa pela polícia armada oficial (conhecida como "volante"). Foi degolada viva, assim como Lampião, porém este já morto, e outros nove cangaceiros.
Maria Bonita tornou-se um símbolo feminista da força da mulher nordestina e brasileira.



Texto de Diego Vieira
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